segunda-feira, 16 de março de 2009

100 PALAVRAS


O mundo interior é cheio de vidas que insistem em vir à tona.

Quantas emoções, quantos olhares que nascem e duram apenas um segundo, deixando no exterior a sensação feliz de que a vida está valendo a pena...

Não, não se precisa de palavras para que o sentimento aflore, ademais, quantas palavras manifestam o vazio do coração! Enchemos por vêzes nosso mundo de frases feitas, orações completas que são facas de dois gumes, que se não ferem no momento que são pronunciadas, ferirão mais tarde...

Melhor deixá-las abandonadas, permitindo que, apenas o corpo fale.
Nossos órgãos de sentidos se encarregaram de manifestar tudo o que sentimo. Nossa visão torna-se aguçada, emitindo uma linguagem que ora se faz convite, ora se faz repreensão...

Nosso tato provoca sensações gerando reboliço, impulsionando forças de um vulcão. Nosso paladar se refaz num senso gustativo apurado para o novo alimento com sabor de mar, sabor ocre, sabor de paixão.

A audição ouve sons ininteligíveis, mas cheio de compreensão. Entendemos o silêncio como forma de canção.

Nossas narinas se dilatam para apreciar o cheiro do macho e da fêmea que se atraem num rico jardim de odores que transformam dois mundos em um só chão.

Dois corpos que se atraem e se transformam em apenas um. Duas metades que se encaixam. É o côncavo e o convexo numa perfeita união de impares contida na evolução do universo que, em harmônia e equilíbrio perfeito, se unem para completar a criação.

É a linguagem maior do amor; sem palavras, sem sonhos, sem futuro, porque o futuro é este instante. É o presente acontecendo entre nossas mãos...

...e é para viver o hoje que nascemos e estamos aqui!!!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

ESTRANHEZA



Coisa estranha é a vida que nos foi dada p'ra viver.

É tão simples e tão misteriosa...


São tantos os caminhos que temos que escolher; são tantos outros que escolhem por nós! Muitos são os que nos fazem importantes, muitos outros nos tornam pequenos e impotentes. Muitos deles desejaríamos abandonar, descobrir novos e ir seguindo. Apenas indo, deixando nossos rastros falar por nós.


O lado simples da vida nos coloca frente a nós mesmos e a nossa verdade é simples e silenciosa e por ser assim, incompreensível. Não compreendemos a lógica infantil nem a perseverença das ervas dos campos, que arrancadas, renascem mais viçosas e enchem os campos de flores e de perfumes. Não compreendemos o sol que nasce todos os dias para todos, sejamos bons ou maus. Não compreendemos os horrores da guerra, nem as injustiças, nem a falta de fraternidade dos homens.


São atos simples como o nascer e o morrer...e nem a esses compreendemos.
Tentamos, contudo, porque somos teimosos. Ora compreendemos, ora aceitamos, ora nos acomodamos.


Se enfrentamos o medo, quiçá nos condenaremos ao sabor amargo da derrota e realizaremos em nós mesmos a guerra fria ao sentimento. E é neste estado racional e emocional que se centraliza a simplicidade do ser homem como Deus o criou.


Não somos o que vemos. Somos o que não queremos enxergar. Somos o invisível ora amoroso, ora tenebroso, ora em trevas, ora iluminado.
Somos
(i)mortais, ainda ignorantes caminhando por terras desconhecidas em busca de um saber que nos leve de volta rumos ao infinito de onde viemos.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

COMO ALMA GÊMEA





Olha quero lhe falar da minha importância em sua vida.


Você nem percebe o quanto estou dentro de você e dentro dela!


Veja meu amigo, estou sempre perto de você, como o seu coração que bate ( eu por mim, tilinto!) incessantemente como se quisesse lhe transmitir a vida.


Ora consigo levá-lo para outras terras, outros continentes: ora lhe falo perto e sem querer obrigo-o a fechar os olhos quando sôo-lhe alto aos ouvidos.


Às vezes assumo vozes distantes, como fantasmas do passado, outras é o presente que insiste em ficar. Mas meu querido, você não pode reclamar, sou tão providencial que hoje mesmo consegui lhe ajudar na solução de um grande negócio e nem o trabalho de arredar pé de casa teve.

Depois dei-lhe uma má notícia, Sei que sofreu, mas que podia fazer?

Fiquei com pena de você , mas era preciso que soubesse.


Estou tão próximo e você necessita tanto de mim que um sócia meu até já adquiriu para acompanhá-lo casa-a-fora. Então colo-me ao seu ouvido, sinto sua respiração e sua voz bem próximo as minhas cavidades sonoras e passo a perseguir-lhe os passos, tomo conta de todo o seu ser. Já não dou tempo nem para o banho nem para o sono . Sou possuidor do seu corpo e do seu coração. Sou tão você que lhe perturbo a paz e a amizade.


Quem ousa tomar-me o lugar em teu coração, sai danado da vida comigo, pois lhe abrigo a falar a prestação. Chato, não é? Mas é que sou tão possessivo na minha função de comunicar ( fatos importantes, fofocas e os últimos acontecimentos, que juro, se preciso for, provoco um reboliço tal em sua vida que irei viajar consigo e então não poderá afastar-se de mim nunca mais. Serei seu ar, sua fome, sua emoção e seu espírito. Você então viverá sob meu controle e no lugar do tum-tum que não acaba mais de teu coração ao avistar a pessoa amada, se ouvirá apenas o som grave e irritante do meu penetrante tilintar:


-Trim-trimm-trimmm-trimmmm!!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

NECESSIDADES


É preciso estar aberto para viver os descaminhos da vida.
Nem sempre o que desejamos acontece, nem sempre amamos quem queremos, nem sempre realizamos nossos sonhos.


O bom da maturidade é que vamos aos poucos desvendando os segredos da vida; vislumbrando revelações inceitáveis a luz da razão. Desnudando-nos das roupagens conceituais e percebendo o lado divino das situações inexplicáveis, vivendo-as no zelo da doença-vida.


Vamos buscar alento nas carências uniformes bilaterais num uníssono de almas que anseiam pelo fim único: o amor, mesclado por particularidades que se perdem no tempo de nós. Vamos juntos acalentar a criança pequena no adulto disforme pela cultura social, que deseja carinho, que deseja colo, que deseja o seio da mãe, que deseja o desejo de se ter por inteiro e simplesmente para ser feliz, um coração.


Estamos sós no amor que possuímos, única riqueza, única fonte de luz e graça que, expulsa do Jardim do Éden, aninhou-se, sem jeito,envergonhado, no coração. E somos únicos no mundo, senhores do universo contido na alma, desejosos de possuir o mundo, para depositá-lo aos pés sagrados do deus do amor, quem sabe eu, que fiz o meu mundo, quem sabe nos braços que se foram, companheiros que eram na estrada que se bifurcou.



".... é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ENROLADOS NOS PAPEIS




N'outro dia parei estarrecida ante a dificuldade de encontrar um papel. Até aí nada demais, afinal o que é um papel? Simples derivado de vegetais que transformado pela ação química adquire diversas utilizações: uns embrulham ricos presentes que alegram os momentos festivos da vida; outros os alimentos que nos mantém vivos e outros limpam as sujeiras de partes do corpo.
Até aí tudo bem.

Há porém outros papéis bem mais complexos e difíceis de se lidar. São os papéis que vamos aos poucos desempenhando pela vida afora.

Há o papel criança:
* bem amada, super protegida, zelada e mimada ( tanto que não dá para ser útil, tal o zelo!).

* abandonada, amassada, jogada aos cantos e esquinas da vida, como se um brinquedo velho fosse...

*adolescente: buscando seu caminho teima em ser acreditado em sua utilidade; alguns acreditam que servem para embrulhar alguma coisa, outros os pensam inúteis e os deixam de lado - esquecidos até perderem o prazo de validade e cairem no esquecimento de sí mesmo.

Há o papel de mil e uma utilidade:
Embrulham tudo, assumem qualquer presente: coisas velhas e sem serventia, sapatos, roupas e jóias; finos móveis , carros e casas.... Fazem o super papel ( heróis?) ! Outros se saem mal não conseguem embrulhar nada: nele tudo se escreve e tudo se apaga. É riscado, amassado, rasurado. Pensamentos são anulados, suprimidos os ideais: são rotos e desvalorizados.
É o caos, é o lixo , é o fogo.

Há também os papeis títulos:
Hierarquizados, arrumados de cima pra baixo, socialmente valorizados, mas espezinhados na essência pela sede de poder e de estar entre os melhores papeis: são do tipo papel couchet.

Aí, chega o dia em que, preocupado, cônscio de desempenhar bem o papel que lhe cabe, percebe abismado que, como ser de nada vale: os papéis tomaram-lhe o lugar, o espaço, a personalidade.

Eu o vejo, toco, sinto sua infinitude - mas prova-me, por favor, que existes. Apresenta-me o papel do teu nascimento. Tens companheira? Nas noites de frio ela te aquece com o calor do corpo? Te dá afeto e carinho? E teu deslevo por ela é imenso? Cadê o papel do casamento? Sem ele teu amor não existe, nem consta nos livros sociais...

Teus filhos são bonitos e preenchem o vazio de teu coração suavizando-te os sofrimentos? É por eles que labutas noites e dias, enfrentas o frio e o calor das horas de trabalho? Existe o labor diário para alimentá-los e mantê-los saudáveis mas... já passaste pelo cartório para provar que existem mesmo?

Ah, agora é tua mãe que morreu. Lágrimas quentes e incontroláveis rolam-te pelo rosto. A dor dilacera teu coração. Nunca mais ouvirás o som da voz cansada pelos sofrimentos da vida, nunca mais os passos miúdos rondando pela casa em busca do quê fazer, nunca mais o afago nos cabelos e a palavra amiga a te confortar. O corpo está frio num caixão qualquer. Perdeste o pedaço mais importante de ti mesmo: a origem de de tudo o que és. Para livrá-la da decomposição visível e desprezada pelos sentidos humanos necessitas do papel-óbito, provando assim, indubitavelmente a sua morte.

E assim a existência da obra preciosa do Criador é transformada em um simples papel que depois de amassado, rasgado, triturado, torna-se uma massa molhada por lágrimas do oceano insecável dos teus olhos, que se vêem transformados em papel marchet, que se molda de acordo com os ditâmes da sociedade que tu mesmo fizeste.

Até aí, tudo bem, afinal estamos todos mesmo enrolados nos papéis escolhidos por nós mesmos!

E é neste contexto de embrulhados e embrulhantes que um dia, cansados de tanto ansiar por desempenhar um papel que represente a imagem do que somos realmente nos decidimos pelo papel reciclado buscando uma nova chance de fazer diferente, com nova cor, um outro destino.

Até aí não mais tudo bem... mas agora está tudo bem!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

HERANÇA





SOMOS FILHOS DO AMOR, MAS NÃO SABEMOS AMAR.


Nosso Pai, o Amor, age diferentemente da carne, concretamente chamada de corpo. O corpo age enquanto necessidades, as quais confundimos com a nossa essência. Amamos tanto as necessidades que fazemos nossa vida fora do plano para a qual viemos parar aqui.

Somos amor, porém estamos nos distorcendo, nos deformando pelas necessidades: alimentação, educação, sexo, falta de moradia, de saúde, de espiritualidade. São necessidades básicas e em função delas nos envolvemos em uma luta desenfreada pelo ter. Ter coisas e cada vez mais para sermos vistos como vitoriososo na vida. Acumulamos bens, somos aplaudidos e elevados ao patamar de homens de visão e bem sucedidos. Perdemos a melhor parte da existência buscando caminhos para chegar a ter o troféu imprensa(dos) pela ambiçao que assumimos. Nessa caminhada vamos esquecendo de aprender a lição maior que deveríamos aprender quando nos matriculamos nesta escola.

Nossos pais-irmãos ao nos plantar aqui, estavam tão envolvidos no semear, que esqueceram de adubar a terra com o fertilizAmor, que nos imunizaria de passar pela infertilidade, pela secura e pela falta de sabor na vida. Constatamos depois de muitas dores de cabeça, muita gastrite, alguns enfartos, que tudo o que fizemos não passou de um engôdo, um grande engano! Fizemos tudo o que deveríamos para atingir a ápice, mas olhamos para o torre e perguntamos: Valeu?

Ficamos estarrecidos com a resposta do nosso íntimo: não, algo ficou sem execução. E sentimos então um grande vazio ao percebermos que fizemos tudo pelo ter que pouco de valor contém. Desejamos então trocar tudo por um pouco do ser. Sofridamente o ser está incompleto e o tempo se faz curto para a nova construção.

Olhamos para trás e vemos milhares de gente plantados como nós, companheiros nossos, caminheiros de uma mesma linha de tempo, dos quais não vimos o quanto eram belos os sorrisos, a sede de viver, a sinceridade do olhar e a expectativa na pergunta...Deixamos uma parte de nós guardada na gaveta e perdemos a emoção!

Não nos cativamos e nem nos deixamos cativar. Não amamos verdadeiramente nem nos deixamos amar. Só muito depois, quando os companhiros se vão é que sabemos o quanto o queríamos próximos, mas aí o tempo passou...

Somos amor , somos emoção.
O resto vira resto e pensamos que o resto era tudo.

Somos filhos do amor, mas precisamos aprender a amar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PASSAREDOS




Os pássaros alçam vôo rumo ao infinito, às vêzes encontram companheiros solitários para vôos isolados; buscando juntos a sincronia das asas para o bailar na amplidão.

Todos temos o sonho de afirmar-nos como seres humanos e nesta ânsia se nota que em todos parece, que a única porta que se abre, ou que se consegue enxergar é o partir, ir em busca de .... Somos como pássaros que desejam aprender a voar, arriscando o "ir longe". E longe há o desconhecido que seduz, que atrai, que mete medo. Mesmo assim queremos arriscar.

E quando se sai do ninho tudo fica distante e tudo se torna assustador. Sentimo-nos perdidos num estado de 'um não sei quê' que deixa o peito amargurado e apenas a amplidão dos céus nos poderá conduzir ao infinito dos sonhos.


Ah! Os sonhos!
Todos têm sua origem no âmago onde a sede de afirmação surge, perfazendo a dualidade quimera-realização, num êxtase consciente, onde a responsabilidade, mesmo sem a métrica poética deve rimar com compromisso. E são esses dois pontos que atormentam os dias, as noites; contudo, é salutar, pois revelam o compromisso com a própria vida e tornam-nos dignos de sermos chamados filhos da vida-Deus!


E é o compromisso e a responsabilidade que nos impede de jogar com sentimentos e com a vida.

Comprometer-se dessa forma é assumir as consequências do vôo, do querer, do partir. Como e o quê se fará para levar o compromisso à frente, é a vida quem dirá; revelando-se aos poucos, com tudo o que se criou ao redor e com tudo o que somos: pensamentos, ações,emoções. Uma revelação que se irá aos poucos se fazendo notar em nosso coração, se nele houver se instalado o dom do discernimento e uma boa dose de maturidade para ler os sinais dos tempos ( pode-se ler sinais da vida).


Aí então, o pássaro que há em mim e em você voará tão alto que vista alguma o alcançará; tão rápido que ultrapassará a barreira do som; tão iluminado que ofuscará a visão.


...E estará tão só que refletirá todos os rostos que pela vida se lhe foram refletidos.

E a revelação maior do vôo será que, um pássaro só voa alto quando tem em seu interior a força de outros tantos pássaros!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ENCANTAMENTO



As luzes se apagam na platéia, apenas no palco brilha uma luz tênue. Artistas executam o bailado ao som de uma música de impacto.


Em meio a penumbra um rosto se destaca. Estranha sensação me faz fixar o olhar no rosto e no movimento que percorre todo o palco. São duas luzes além das artificiais e tudo muda ao meu redor e em mim.


Não sei bem como se dá o processo energético entre corpos, mas a necessidade de vislumbar o mesmo olhar ficou em mim. Sonhos dourados passei a cultivar, plantei flores no meu jardim e mil estrelas brilharam nas minhas trevas noturnas e os dias nasciam sempre cheios de sol. Estava em estado latente de amor


Durou o rasgo de relâmpago o tempo de amor e de ideal, mesclado de inseguranças, de dúvidas e incertezas, porém intenso, forte e arrebatados. Durou em convivência e paixão. Libertou a mulher dos medos, das barreiras e dos preconceitos.


Fui feliz?
-Que meu amor fosse 'eterno' eu queria, que a vida o perpetuasse eu desejava. Mas as pessoas se fazem areia do mar em nosssas mãos e escorregam e partem... e ele partiu.

E foram tantas as partidas que resolveu então lá ficar.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ÁS VOLTAS COM O TEMPO


" A PIOR BATALHA É AQUELA EM QUE AS FORÇAS DE DOIS CAVALOS SE MEDEM DENTRO DO HOMEM. QUALQUER UMA DELAS QUE VENÇA, O HOMEM CAIRÁ DE JOELHOS POR NÃO TER VENCIDO A SI MESMO".



Lembro-me nitidamente do padre alto e loiro de olhos azuis e serenos. Lembro-me da voz que dizia:" O Senhor esteja convosco".


Lembro-me também de uma criaturinha miúda a se aconchegar a mim, pegar -me a mão firmemente e se posicionar de costas pra mim, à minha frente.Um cuidado para com a criança enche-me o coração. É preciso com ela ficar até que os pais apareçam. Estranho a demora em alguém procurar pela criança, mas há ainda muita missa pela frente.


Por fim a hora da comunhão é chegada. Sinto uma força estranha a me puxar para a frente e para tráz. E aí de repente, a criança começa a andar segurando minha mão e obrigando-me a seguí-la.


Entro na fila da comunhão e sigo-a como um autômato ou quem sabe, deixo-me levar como um naufrago que se abandona às ondas revoltas do mar. Paro diante do padre. Ao abrir a boca para receber a hóstia, a criança aperta mais uma vez a minha mão e depois as solta. De frente a mim, olha-me só mais um instante, sorrí, dá as costa e se vai .


Nunca mais a ví...Minto. Sua imagem ficou gravada no meu coração e mudou para sempre o meu caminho.!


Ah, bom lembrar que na época deste acontecimento era totalmente atéia. (Rio-me de mim mesma!)


No sábado seguinte lá estava eu a espera de não sei o quê, mas sabia que naquele local pessoas se reuniam em torno de um nome:JESUS.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DUALIDADE



Mesmo que mudemos, podemos ser às vezes, censurados porque optamos por nós mesmos, subvertemos a ordem das coisas.

Ao mundo não importa o que suportamos, o que fazemos, quais fracassos acumulamos, quantas vitórias obtemos, quantas lágrimas choramos, o mal ou o bem que praticamos.

Importa ao mundo quais as roupas ela nos vestiu e quais as opiniões que dela acatamos e assumimos.Nunca nos perguntam se somos felizes ou se com elas nos rebelamos. Portanto não devemos nos importar se nos acolhem ou se nos expulsam; se nos aceitam ou se de nós se afastam; se nos aplaudem ou se nos criticam. Importam-nos apenas ter a consciência limpa e o livre arbítrio se ser o que somos e se com isso conseguimos ser felizes.

E ser feliz é não sentir como os outros sentem, porque somos únicos. Porque é fácil ser altruísta para com os outros, difícil é sê-lo com nós mesmos.

Para sermos felizes, às vezes, é necessário o isolamento físico de pessoas, pois compreensão de nossa própria vida só nós a temos, assim como o entendimento do que somos e a extensão quantitativa do que sentimos.