segunda-feira, 2 de junho de 2008

PARAR PRÁ QUÊ






   
 

    A ociosidade do tempo é rica em criatividade; falo isso porque ela acontece em momentos em que ficar sem fazer nada se torna doloroso, por que muitos encaram o ficar sem nada fazer como atos preguiçosos (e alguns realmente o são – mas isso não é um determinante!) e por isso somos censurados. 

   Falo dos momentos em que parar é apenas a diminuição de atividades e não a parada que se dá nos momentos de depressão, em que entramos em crise e nos quedamos sem alma, ou como preferir - sem ânimo! 

   A força de vontade deve prevalecer acima de tudo, porque não é fácil ficar sem atividades. Experimente fazer uso da prática de meditação. Apesar dos benefícios poucos são os que os conseguem, até por que, para praticar a ociosidade criativa, também se faz necessário à prática do silêncio (tanto o interno como o externo) e o nosso mundo está cada vez mais barulhento e a nossa sociedade estimula cada vez mais o não parar; contudo é preciso experimentar ir além, buscar mais tempo principalmente para si mesmo.

   E com anda a alma da vida?

   Ela está desanimada, alquebrada, perdeu completamente o rumo, está sem sentido, triste pelos cantos da casa, porém deveria estar em constante animação, com muito mais coragem- afinal ela já passou por tantas – suficiente para dar vigor e energia ao próprio corpo sintonizando-o com o universo. Mas esse não deve ser o motivo da vida que desejamos ter.

   Mas o que podemos fazer então?

   É preciso levantar e andar. Levantar para o mais alto de nós e enxergar os efeitos deste ato no espírito cansado; mirar ao longe vislumbrando o horizonte que aponta caminhos e neste ponto estar consciente de que se segue à frente em busca de um futuro melhor e mais evolutivo; para o alto na preparação do corpo e da mente do ser que habita o aqui e agora e está no processo em que treina ser feliz. 

   E é com esta perspectiva que se dá a criação. Criar é expandir a si mesmo, é colocar a alma em ação para que ela possa ouvir o eco das montanhas no farfalhar das plumas das aves e no piar do vôo dos pássaros na amplidão do céu.