sexta-feira, 26 de setembro de 2008

INSPIRAÇÃO MATINAL




      O dia amanhece.

   Sinto a solidão da presença humana, mas ao longe a natureza
fala através dos pássaros que agradecem por mais um dia.

   A sinfonia matinal me saúda com o Bem-te-vi...

 Quisera que os homens ao raiar da nova esperança que o dia traz, também tivessem no olhar tristonho e na face sisuda a alegria e a disposição para dizer “bem te vi” para as surpresas que o novo dia traz, sejam alegres ou tristes, porque são elas o contraste dinâmico da vida.

  Como a natureza, sonhamos a liberdade. Pássaros imigrantes, animais nômades buscando novos campos, águas deslizantes suaves rumo ao mar. Usam da liberdade para sobreviver, mas também para beneficiar. Praticam da graça do oficio do bem. Dão o dom da vida. Pássaros, bichos e insetos, no decorrer do pouco tempo de vida que têm equilibram ecologicamente o planeta.

  Veja a lição do urubu – pássaro necrófilo, de cor lutamente tristonha, com sua fome limpa a natureza dos destroços da morte.

   Observe as abelhas, que famintas vão de flor em flor recolhendo alimentos que energizam o homem e adocicam sua boca!

   Olhe os rios que percorrem seu caminho rumo ao mar, fertilizando a terra, matando a sede, iluminando caminhos gerando riquezas. Sempre pronto a dar!

   Veja o verde a sua volta: tranqüiliza e dá paz ao coração e ainda limpa o ambiente de gazes que eliminaria o ser humano da terra e o oxigena para que a vida se renove a cada instante e, contente com sua solidão, se solidifica em um só lugar, embeleza os campos, perfuma os caminhos. De presente se dá a cada estação.

  Toda a natureza existe desempenhando seu papel com responsabilidade para que o homem seja feliz.

...Ao longe alguém saúda ainda o dia...

Tudo está no seu lugar!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Transmutação




A transformação se opera no silêncio

e a realidade é uma nova forma de ilusão dos sentidos...

...e então tudo muda!

Do infinito de nós surge a transmutação

e somos os que não somos: um novo corpo,

um novo rosto, uma nova voz.

A diferença se faz igual, nova, única;

Mas também se faz diferente:

os novos sonhos,

o novo falar,

o novo sentir,

a nova visão de mundo

e uma nova sensibilidade a se aguçar.

A ressonância do pensar se propagando ao infinito

se unem criando uma imagem

resplandecente ao longe

cada vez mais perto de mim.

E te toco e te sinto amados seres

advindo de minhas entranhas,

energia primeira,

solta,

liberta,

que se aprisiona e me falas,

e me emocionas num doce enlevar:

“- És vida, és ainda vida,

Continue sempre a amar...”