quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

HERANÇA





SOMOS FILHOS DO AMOR, MAS NÃO SABEMOS AMAR.


Nosso Pai, o Amor, age diferentemente da carne, concretamente chamada de corpo. O corpo age enquanto necessidades, as quais confundimos com a nossa essência. Amamos tanto as necessidades que fazemos nossa vida fora do plano para a qual viemos parar aqui.

Somos amor, porém estamos nos distorcendo, nos deformando pelas necessidades: alimentação, educação, sexo, falta de moradia, de saúde, de espiritualidade. São necessidades básicas e em função delas nos envolvemos em uma luta desenfreada pelo ter. Ter coisas e cada vez mais para sermos vistos como vitoriososo na vida. Acumulamos bens, somos aplaudidos e elevados ao patamar de homens de visão e bem sucedidos. Perdemos a melhor parte da existência buscando caminhos para chegar a ter o troféu imprensa(dos) pela ambiçao que assumimos. Nessa caminhada vamos esquecendo de aprender a lição maior que deveríamos aprender quando nos matriculamos nesta escola.

Nossos pais-irmãos ao nos plantar aqui, estavam tão envolvidos no semear, que esqueceram de adubar a terra com o fertilizAmor, que nos imunizaria de passar pela infertilidade, pela secura e pela falta de sabor na vida. Constatamos depois de muitas dores de cabeça, muita gastrite, alguns enfartos, que tudo o que fizemos não passou de um engôdo, um grande engano! Fizemos tudo o que deveríamos para atingir a ápice, mas olhamos para o torre e perguntamos: Valeu?

Ficamos estarrecidos com a resposta do nosso íntimo: não, algo ficou sem execução. E sentimos então um grande vazio ao percebermos que fizemos tudo pelo ter que pouco de valor contém. Desejamos então trocar tudo por um pouco do ser. Sofridamente o ser está incompleto e o tempo se faz curto para a nova construção.

Olhamos para trás e vemos milhares de gente plantados como nós, companheiros nossos, caminheiros de uma mesma linha de tempo, dos quais não vimos o quanto eram belos os sorrisos, a sede de viver, a sinceridade do olhar e a expectativa na pergunta...Deixamos uma parte de nós guardada na gaveta e perdemos a emoção!

Não nos cativamos e nem nos deixamos cativar. Não amamos verdadeiramente nem nos deixamos amar. Só muito depois, quando os companhiros se vão é que sabemos o quanto o queríamos próximos, mas aí o tempo passou...

Somos amor , somos emoção.
O resto vira resto e pensamos que o resto era tudo.

Somos filhos do amor, mas precisamos aprender a amar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PASSAREDOS




Os pássaros alçam vôo rumo ao infinito, às vêzes encontram companheiros solitários para vôos isolados; buscando juntos a sincronia das asas para o bailar na amplidão.

Todos temos o sonho de afirmar-nos como seres humanos e nesta ânsia se nota que em todos parece, que a única porta que se abre, ou que se consegue enxergar é o partir, ir em busca de .... Somos como pássaros que desejam aprender a voar, arriscando o "ir longe". E longe há o desconhecido que seduz, que atrai, que mete medo. Mesmo assim queremos arriscar.

E quando se sai do ninho tudo fica distante e tudo se torna assustador. Sentimo-nos perdidos num estado de 'um não sei quê' que deixa o peito amargurado e apenas a amplidão dos céus nos poderá conduzir ao infinito dos sonhos.


Ah! Os sonhos!
Todos têm sua origem no âmago onde a sede de afirmação surge, perfazendo a dualidade quimera-realização, num êxtase consciente, onde a responsabilidade, mesmo sem a métrica poética deve rimar com compromisso. E são esses dois pontos que atormentam os dias, as noites; contudo, é salutar, pois revelam o compromisso com a própria vida e tornam-nos dignos de sermos chamados filhos da vida-Deus!


E é o compromisso e a responsabilidade que nos impede de jogar com sentimentos e com a vida.

Comprometer-se dessa forma é assumir as consequências do vôo, do querer, do partir. Como e o quê se fará para levar o compromisso à frente, é a vida quem dirá; revelando-se aos poucos, com tudo o que se criou ao redor e com tudo o que somos: pensamentos, ações,emoções. Uma revelação que se irá aos poucos se fazendo notar em nosso coração, se nele houver se instalado o dom do discernimento e uma boa dose de maturidade para ler os sinais dos tempos ( pode-se ler sinais da vida).


Aí então, o pássaro que há em mim e em você voará tão alto que vista alguma o alcançará; tão rápido que ultrapassará a barreira do som; tão iluminado que ofuscará a visão.


...E estará tão só que refletirá todos os rostos que pela vida se lhe foram refletidos.

E a revelação maior do vôo será que, um pássaro só voa alto quando tem em seu interior a força de outros tantos pássaros!