segunda-feira, 19 de maio de 2008

Bulidos, mas não abolidos


O homem, lamentávelmente, pela ânsia do ter mais, do poder mais,sempre está a subjugar homens, torná-los nulos diante da sociedade; para isso não mede esforços nem consequências de seus atos. Assim, em todas as épocas existiram homens escravizando homens, esquecidos de que foram criados indiscriminadamente pelo mesmo Deus.
Infelizmente, na terra onde outrora havia a liberdade de ir e vir, chega também o regime abominável, trazido pela ambição e pela preguiça física de batalhar pelo desenvolvimento sadio e cristão e pela mente diabólica que maquinava crescimento econômico em detrimento de seres que, além de serem obrigados a sequestrados seu país, sua tribo, sua família, eram submetidfos a toda ordem de injustiça, desde a social à religiosa, passando pelo abandono de sua cultura nativa, o que fazia com que sua própria condiçao humana fosse relegada a de animal, sem vontades, sem alma, um zero à esquerda, apenas.
E buliram na condição de escravos, mas se esqueceram de que necessitavam também de condições sociais e materiais para transforma-los novamente no que eram: senhores de sua vontade e de sua vida.Esqueceram de que tiraram de sí a razão de viver: o trabalho e os deixaram ao Deus dará... como se deixa um brinquedo velho, no canto de um quarto qualquer.
Hoje temos uma nação típicamente afro-brasileira que tenta encontrar seu lugar na sociedade. Mas que sociedade é essa que lhe reserva como morada os morros, as favelas, o submundo?
Que sociedade é essa que só lhe reserva poucos ( ou nenhum) bancos de escola e como educação, as ruas que lhes dá lições de vida'quase sempre' nefastas, que o conduz à marginalização maior?
Que sociedade é essa que o denegride e ataca em vez de dotá-lo do que lhes tiraram: a terra e a soberania de um povo.
O mínimo que se poderia fazer resgatando-lhes a História e entregar 'os louros' a quem o merece.
Em vez de laurear princesas izabéis da vida, deve-se lembrar de que o mérito nacional na luta pela abolição se deve ao verdadeiro senhor, gerador da riqueza no Ciclo do café, da Cana-de -açucar e no Ciclo do Ouro: o negro!
Ele deve ser resgatado nas suas raízes, na sua cultura e na sua profunda fé pela vida, pois foi ela ( a fé ) quem o sustentou até nossos dias e por muito ainda o sustentará.
O negro deve ser libertado de sua condição de oprimido secular para voltar a ser livre do preconceito que lhe caiu sobre os ombros como um madeiro crucial oferecido pelo branco que, esquecido da irmandade pregada por Cristo, também o crucificou naqueles que trocaram sua vida pela sonhada liberdade.

Um comentário:

Ariane Rodrigues disse...

Você realmente tem talento pra fazer trocadilhos. Me ensina, vai?